O e-commerce internacional pode ser definido como muitas coisas: comércio cross-border, negócio sem fronteiras e varejo online internacional. Mas, mais importante do que definir o que ele é, é relevante saber o que ele não é.
O e-commerce não é um luxo. Não se trata somente de uma estratégia entre muitas. Hoje é essencial digitalizar seu negócio e ter uma operação online. É estimado que 2,77 bilhões de pessoas realizem compras online em 2025.
Por outro lado, a jornada do e-commerce internacional vem acompanhada de inúmeras dúvidas: Onde investir? Quais países oferecem o melhor encaixe entre produto e mercado? Como atrair compradores de outros lugares? Qual fator é mais importante: tradução, moeda, formas de pagamento ou outro ponto?
Este guia vai te oferecer uma visão completa sobre as estatísticas do e-commerce internacional, com dicas valiosas de como você pode expandir para novos mercados.
O que é e-commerce internacional?
Primeiro de tudo: e-commerce internacional é a venda online de produtos ou serviços para além de fronteiras geopolíticas, a partir do país de origem da empresa – geralmente definido como o local onde ela foi fundada ou registrada. Esses produtos ou serviços são ofertados em mercados não nativos por meio de vendas e marketing online.
Algumas vantagens do e-commerce internacional incluem:
- Expansão facilitada para mercados estrangeiros
- Maior facilidade para encontrar o ajuste ideal entre produto e mercado
- Ciclos de vendas B2B mais curtos
- Construção eficiente de presença internacional
- Barreiras de entrada mais baixas
Em todo o mundo, é previsto que o e-commerce B2B atingirá US$ 36 trilhões até 2026. E o e-commerce B2C atingirá US$ 5,5 trilhões até 2027.
Qual o tamanho do mercado de e-commerce?
Espera-se que o mercado global de e-commerce totalize US$ 4,8 trilhões em vendas em 2025. Estima-se que esse número cresça nos próximos anos, mostrando que e-commerce global está se tornando uma opção lucrativa para varejistas online. Até 2027, cerca de 23% do total de vendas no varejo ocorrerão online.

As 15 maiores estatísticas de e-commerce internacional
Se você administra uma loja online, acompanhar as estatísticas de e-commerce internacional é fundamental para maximizar a receita. A seguir, confira as principais estatísticas globais para se preparar.
- A China continua liderando as vendas globais de e-commerce, segundo a International Trade Association, representando mais de 50% de todas as vendas de varejo online, com vendas ultrapassando a marca de $3,5 trilhões em 2024.
- Depois da China e dos Estados Unidos, o terceiro maior mercado de e-commerce é o Reino Unido, com 4,8% do total do varejo online. Esse mercado é seguido pelo Japão (3%) e pela Coreia do Sul (2,5%).
- Preve-se que o Reino Unido realize mais de US$ 141 bilhões em vendas de e-commerce em 2025 (Statista).
- A América Latina – englobando o Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México e Peru – registrou US$ 104 bilhões em vendas online em 2022, um crescimento de 22,4% em relação aos US$ 85 bilhões de 2021. Para 2025, a expectativa é que as vendas batam os US$ 160 bilhões.
- As Filipinas são o país com maior crescimento do e-commerce, registrando um aumento de 24,1% nas vendas em 2023. O governo incentiva o crescimento da economia digital com investimentos em infraestrutura e políticas de operação de lojas virtuais.
- Nos Estados Unidos, o mercado de e-commerce deve atingir mais de US$ 1.381,74 bilhões em 2025.
- Mais de 52% dos consumidores optam por comprar online somente se houver entrega gratuita, seguido de cupons e descontos, utilizados por 40,2% dos compradores (Data Reportal).
- Relatórios indicam que a taxa média de abandono de carrinhos de compra é de 70,19% (Baymard Institute).
- Nos EUA, 28% dos compradores usam seus celulares enquanto estão nas lojas físicas para buscar descontos, comparar produtos e ler avaliações (PYMNTS).
- 30% dos consumidores afirmam que indicações de influencers influenciam suas compras online, enquanto apenas 27% se baseiam em recomendações de amigos ou familiares (HubSpot).
- Em fevereiro de 2025, a taxa média de conversão dos sites de e-commerce era de 1,63% (IRP Commerce).
- Espera-se que as vendas de e-commerce B2C cheguem a US$ 9 trilhões até 2032.
- 97% das empresas em todo o mundo reconfiguraram suas cadeias de suprimentos em 2023, priorizando o aumento de eficiência e a mitigação de riscos (Deloitte).
- O social commerce deve crescer a uma CAGR de 30% entre 2023 e 2030, impulsionado pela integração com redes sociais como TikTok e outras plataformas de vídeo ao vivo.
- 47% dos líderes de mercado indicaram que a lucratividade do e-commerce é o principal impulsionador do aumento da margem operacional em 2024, assim o foco sai de apenas expandir a presença de mercado para otimizar a eficiência e as margens (Deloitte).
Tendências do e-commerce internacional para ficar de olho
1. Pressões inflacionárias globais
Para consumidores do mundo todo, a inflação é uma das principais preocupações – 40% dos entrevistados apontam esse fator, superando temas como pobreza e desigualdade social (31%), desemprego (26%) e a pandemia (12%).
Mesmo que as pessoas continuem gastando, as grandes marcas internacionais não estão imunes à pressão inflacionária. Por isso, se você planeja investir em e-commerce internacional, é importante considerar o impacto da inflação nas decisões de compra dos clientes.
Em entrevista à Glossy, o CEO da Olaplex, JuE Wong, explicou que, mesmo com um aumento de 38,6% nas vendas líquidas no segundo trimestre de 2022, a empresa não está imune à inflação global, aos impactos macroeconômicos e às situações geopolíticas. Assim, Wong afirma que, mesmo tendo um fluxo de caixa robusto, a empresa investirá na digitalização – como soluções de e-commerce – e em capacidades tecnológicas para impulsionar o crescimento.
Diante dessa preocupação, vale a pena pesquisar as taxas de inflação dos países onde você pretende atuar e, se necessário, revisar sua estratégia de preços com base nos dados coletados. A resiliência e a busca constante por ideias capazes de mitigar os impactos da inflação nas operações são essenciais para manter a competitividade.
2. Mais consumidores compram pelo smartphone
Os consumidores adoram conveniência — é por isso que eles compram on-line usando seus celulares. Mas isso não é uma moda passageira. A ascensão do e-commerce mobile (m-commerce) é significativa, com algumas previsões de que ele alcance US$ 558 bilhões em 2024, respondendo por 7,6% do total de vendas no varejo.
Em 2023, quase 80% dos consumidores no mundo usaram seus smartphones para acessar o site de um varejista enquanto faziam compras na loja. Outros 74% usaram o aplicativo enquanto faziam compras, de acordo com a Insider Intelligence .
Outra vertente, o social commerce, tem potencial para triplicar suas vendas até o fim de 2025. Enquanto 47% dos consumidores norte-americanos afirmam já ter comprado por meio de redes sociais, mais de 84% dos chineses afirmam realizar compras nessas plataformas – o percentual mais alto do mundo.
Espere ver mais apps de compras de marcas, marketplaces como a Temu, campanhas de marketing por SMS e conteúdos de social commerce no TikTok e Instagram.
3. Uma nova combinação de canais de marketing
Nos últimos anos, várias inovações surgiram no campo da publicidade – inclusive o acesso a novos canais de marketing.
O social commerce já está no radar há anos, com o lançamento de recursos de compras no Facebook, Instagram e, mais recentemente, no TikTok.
No entanto, como extensão do social commerce, o live shopping começou a ganhar popularidade – especialmente na China, onde essa estratégia de vendas se disparou. O mercado de live commerce na China estava avaliado em 420 bilhões de yuans em 2019 e deve chegar a 8,16 trilhões em 2026.
Outro canal de marketing que está surgindo é a publicidade em TV conectada, presente em plataformas como Hulu, Roku e YouTube. Embora os anúncios nesses serviços sejam percebidos de forma semelhante aos da TV tradicional, pesquisas indicam que os consumidores os consideram superiores aos comerciais veiculados na TV a cabo.
A Hoka, marca de calçados esportivos, lançou recentemente uma campanha global utilizando plataformas de TV conectada e registrou um aumento de 68% no número de visitantes em seu site de e-commerce, além do aumento de seguidores nas redes sociais.
4. Uma cadeia de suprimentos se estabilizando lentamente
O impacto que a pandemia causou nas cadeias de suprimentos foi, segundo Morris Cohen – professor de operações, informações e decisões na Wharton –, “equivalente a uma grande catástrofe, como um terremoto ou tsunami.” Durante décadas, os pilares da gestão da cadeia de suprimentos foram:
- Globalização
- Suprimentos de baixo custo
- Estoque mínimo
A série de desafios das cadeias de suprimentos continua, por exemplo, com o conflito Rússia-Ucrânia e um impacto profundo no fluxo de commodities críticas, levando a escassez e pressões inflacionárias. A guerra interrompeu o fornecimento de produtos agrícolas, fertilizantes e recursos energéticos.
“Alguns especialistas afirmam que os problemas na cadeia de suprimentos se tornaram o novo normal. Outras crises globais também afetarão a indústria manufatureira. Não há como garantir que esse sistema não seja vulnerável a novas dificuldades no futuro”, comenta a repórter de cadeia de suprimentos Rebecca Heilweil.
Em resposta aos desafios contínuos da cadeia de suprimentos, as empresas estão ajustando suas estratégias para aumentar a resiliência.
5. Crescimento das vendas na Ásia-Pacífico
Estudos da Insider Intelligence e eMarketer mostram que, em 2022, cinco países do Sudeste Asiático estiveram entre os que mais cresceram em e-commerce. Entre esses países estão:
- Filipinas (24,1%)
- Índia (22,3%)
- Indonésia (20%)
- Malásia (18%)
- Tailândia (16%)
As Filipinas e a Índia devem se manter em primeiro e segundo lugar, respectivamente, até 2026. Em 2023, prevê-se que consumidores digitais na Índia gastem mais de US$ 21 bilhões com e-commerce, enquanto as despesas na Indonésia devem superar US$ 16 bilhões.
6. Melhorando a gestão da força de trabalho com IA
Outra ampla tendência global de e-commerce é o uso da Inteligência Artificial para otimizar a eficiência da força de trabalho e a logística pela capacidade de automatizar tarefas repetitivas, melhorar os processos de contratação e otimizar a implantação da força de trabalho.
Por exemplo, ferramentas de recrutamento orientadas por IA podem analisar grandes quantidades de dados para identificar candidatos com as habilidades certas, enquanto sistemas de agendamento com tecnologia de IA podem garantir que o número certo de trabalhadores esteja disponível durante os períodos de pico de demanda. Isso permite que os varejistas otimizem os custos de mão de obra, reduzam o risco de falta de pessoal e melhorem a eficiência operacional geral.
A IA também permite que os varejistas dimensionem suas operações de forma mais eficaz, fornecendo insights em tempo real sobre produtividade da força de trabalho, desempenho de logística e demanda do cliente em todas as regiões. Por exemplo, a IA pode analisar mercados de trabalho regionais para prever onde pode ocorrer escassez de pessoal e recomendar estratégias para mitigar essa escassez.
À medida que o e-commerce continua a se expandir globalmente, a IA oferece uma solução escalável que permite que os varejistas se adaptem às diferenças regionais, prevejam flutuações de demanda e gerenciem sua força de trabalho de forma mais eficaz.
Monte sua estratégia internacional de e-commerce
Elaborar uma estratégia omnichannel para o e-commerce internacional pode parecer desafiador, mas focar em algumas áreas-chave pode aumentar significativamente suas chances de sucesso.
Alguns pontos de atenção para negócios de e-commerce são:
Preços
Ao definir preços para o mercado internacional, dois pontos se destacam: conversão de moedas e a forma de gerenciar promoções. No que diz respeito à conversão, vale a pena pesquisar como os consumidores percebem os preços no país de destino. Enquanto no Ocidente é comum que os valores terminem em 9, em alguns países, como na China, números arredondados podem ser preferíveis.
Quanto às promoções, de acordo com a McKinsey & Company, as empresas devem avaliar diversos fatores para entender a sensibilidade dos preços – especialmente em mercados estrangeiros. Também é essencial vincular de forma eficaz e lucrativa preços e promoções, o que pode aumentar a receita e aprimorar a imagem da marca em três a cinco pontos percentuais.
Pagamentos
Felizmente, quando se trata de métodos de pagamento simples para o e-commerce internacional, o básico é contar com um processador de cartões de débito/crédito, opções de carteira móvel (como Apple Pay e Google Pay) e, idealmente, uma opção de compre agora, pague depois (BNPL).
Algumas plataformas de e-commerce já vêm com um sistema de pagamento integrado. Por exemplo, o Shopify Payments permite que você ative automaticamente os principais meios de pagamento para sua loja online.
Atendimento ao cliente
Independentemente do mercado, um bom atendimento é essencial. Os canais mais comuns de atendimento incluem telefone, e-mail e chat ao vivo.
Envio e logística
Como seus clientes receberão os produtos é um fator crucial, pois pode gerar custos elevados. Para tornar o envio internacional bem-sucedido, procure eliminar o máximo de atritos possível. Isso inclui pesquisar opções de preços com transportadoras, oferecer estimativas claras de prazo de entrega, verificar impostos aplicáveis e, inclusive, restringir a venda de certos produtos em mercados específicos.
Comece com o Shopify Markets
O Shopify Markets ajuda empresas a gerenciar vendas internacionais, simplificando áreas complexas como compliance, tradução de conteúdo, tarifas, logística e conversão de moedas. Em média, lojistas na América do Norte utilizam esse recurso para conquistar 14 novos mercados.
Perguntas frequentes sobre estatísticas de e-commerce internacional
Qual o tamanho do mercado global de e-commerce?
Espera-se que o mercado global de e-commerce totalize US$ 4,8 trilhões em vendas em 2025 e represente 23% do total das vendas de varejo até 2027.
Como posso abrir um negócio de e-commerce internacional?
- Defina os mercados internacionais que você quer atingir e como eles podem impulsionar o crescimento do seu negócio.
- Entenda as necessidades do público-alvo, como métodos de pagamento preferidos, por exemplo.
- Crie um plano para a entrada no mercado.
O e-commerce é importante para uma empresa global?
O e-commerce pode contribuir e facilitar o comércio internacional, agilizar negociações e ajudar as empresas a entender melhor a demanda do mercado.