Começar a carreira de designer é um grande desafio. Talvez você já tenha feito trabalhos para um ou dois clientes, ou então esteja batalhando para fechar o primeiro contrato. Ou quem sabe esteja se candidatando a um emprego em uma agência, mas está enfrentando dificuldade em mostrar o seu valor.
Seja qual for o seu caso, um bom portfólio de design é tão importante para divulgar suas habilidades e conhecimentos quanto a apresentação de um currículo. Além disso, é um instrumento útil para que você consiga “se vender” a um cliente em potencial ou a um futuro empregador.
A Shopify conta com vários designers experientes que também deram o primeiro passo em algum momento. Neste artigo, eles dão dicas para profissionais iniciantes sobre o que, na opinião deles, torna um portfólio mais atraente. Confira na sequência!
Não deixe de ler também: Portfólio de designer: 9 passos de como fazer bem feito.
Mostre o que você curte fazer
A seleção dos trabalhos que vão compor o portfólio requer planejamento. Pense na seguinte questão: quais peças você teve mais vontade e motivação de criar? Inclua projetos que destaquem o talento e a criatividade que existem em você. Afinal, o portfólio tem para um designer o mesmo papel da vitrine para uma loja física; ou seja, é a forma mais direta de exibir o que você tem de melhor aos clientes. Projetos de sua própria autoria são ótimos para provar que você tem atitude e iniciativa, o que pode compensar a falta de experiência na área.
“Às vezes, dá vontade de colocar tudo o que já se fez para deixar o portfólio diversificado. Mas se você não estiver 100% convencido de que é um ótimo trabalho, é melhor deixar de fora! Tente definir um estilo próprio e use o portfólio para realçar isso. Se você mostrar para um cliente algo que você não é tão a fim de fazer, talvez ele acabe solicitando mais trabalhos na mesma linha. E isso pode se transformar em um círculo vicioso”.
“As pessoas julgam você pelo pior trabalho do portfólio, não pelo melhor. Faça uma seleção bem pensada e criteriosa, sem economizar no espírito crítico em relação ao que você deve incluir.”
Portfólio bom é portfólio atualizado
Pode parecer óbvio, mas é fundamental manter o portfólio atualizado; afinal, ele é um objeto dinâmico que precisa evoluir junto com você. Não se esqueça de editar as informações que já não valem mais. Além disso, adicione novas criações e remova trabalhos defasados.
"Mantenha o fluxo criativo, produzindo novos trabalhos para incluir no portfólio. Às vezes, a demanda de trabalho diminui bastante, e essa calmaria pode durar um bom tempo. Se você não estiver sempre criando alguma coisa, seu portfólio acaba ficando sem graça ou obsoleto”.
“Um amigo meu muito sábio me disse uma vez: a gente é tão bom quanto o nosso último trabalho. O portfólio representa aquilo que a gente sabe fazer. Não deixe de manter seu portfólio sempre atualizado”.
Vá além das imagens
A opinião unânime dos especialistas é que, para cada projeto, um portfólio deve conter o contexto, o processo e a lógica do design. Explique como você trabalha e resolve os problemas que surgem durante a criação do projeto. Esclareça quais foram suas responsabilidades. Tenha espírito crítico e descreva o que você teria feito diferente se fosse hoje.
Os estudos de caso são a melhor maneira de mostrar seu trabalho. Descreva brevemente os desafios do projeto e conte a história de como você conseguiu oferecer uma solução satisfatória. Compartilhe wireframes, esboços e trabalhos em desenvolvimento para se destacar ainda mais.
“Apresente seu trabalho como se fosse uma aula de matemática, onde o resultado final é menos importante do que o caminho percorrido para se chegar lá. Cada projeto apresentado no portfólio deve vir acompanhado de um estudo de caso mostrando os passos que você deu para atingir o objetivo. Coloque também as tentativas que não deram certo. A melhor coisa que eu já vi em um portfólio foi um estudo de caso com uma discussão sobre o processo. Depois que o projeto foi lançado, o designer incluiu um detalhamento das partes do projeto que foram bem-sucedidas, das partes que não foram, e como essas partes serviram de feedback para aperfeiçoar o projeto.”
“Quando estou analisando um trabalho, quero entender o contexto do projeto, o processo, quem colaborou. Foi um esforço de equipe? O dono do portfólio foi responsável por qual parte, especificamente? Um estudo de caso bacana é muito mais eficaz do que um mockup simplificado. E não se esqueça das palavras. Um portfólio sem palavras é como um currículo sem datas.”
“As palavras são uma parte importante de um bom portfólio. Um designer de sucesso sabe falar sobre seu processo de criação. Por exemplo, por que você usou determinadas cores para a identidade visual do produto? Qual foi a motivação por trás do logo? Quais são os pontos altos do projeto? Como você fez os protótipos de animações e transições? Quais foram as armadilhas que apareceram no meio do caminho? Falar abertamente sobre essas questões vai causar uma boa impressão, sem sombra de dúvida.”
Menos é mais
Seu portfólio deve ser de fácil navegação. Não inclua elementos demais porque, afinal de contas, a estrela do portfólio é o seu trabalho; qualquer coisa que roube a atenção de suas competências ou experiência enquanto designer é desnecessária.
“Comece bem e termine melhor ainda. Os bons designers são atentos a todas as etapas de criação do portfólio e querem deixar as pessoas fascinadas com o que estão vendo.”
“A ideia é que a experiência de analisar o trabalho de um designer flua sem esforço e a apresentação do portfólio se concentre no trabalho em si.”
“Muita gente se esforça para apresentar um portfólio criativo e tal, mas geralmente não me importo com a ferramenta que foi usada. Às vezes, fazer um portfólio simples no Behance funciona melhor do que usar um monte de efeitos visuais.”
Alguns pecados mortais
Evite erros de ortografia, links corrompidos, flash, gráficos de pizza e doodles bonitinhos sem contexto ou propósito.
“Não gosto de infográficos mostrando o número de pixels, de cafés tomados, de noites sem dormir trabalhando e outras gracinhas durante a criação de um projeto. Se a intenção for criar um portfólio divertido, é melhor que seja realmente divertido e não algo para me mostrar que você sabe fazer gráficos de pizza coloridos.”
“Não basta simplesmente fazer upload de algumas imagens do Dribbble. É preciso explicar como será a experiência real do usuário com aquela peça de design, ou seja, dizer como uma captura de tela se encaixa no cenário mais amplo do produto. O Dribbble está cheio de exemplos de designs “ideais”, mas, no mundo real, lidamos com casos mais tensos, dados incompletos e várias outras questões. Como aquele cliente para quem você criou um e-mail todo perfeitinho e minimalista vai reagir? O layout é bonito, mas vai funcionar? Fazer design priorizando a estética e deixando a funcionalidade em segundo plano é algo que me tira do sério. Só porque uma coisa é bonita não significa que vai funcionar direito.”
Um último conselho ...
Divulgue seu trabalho, peça feedback e não pare de criar!
Sobre a autora
Carolina Walliter é escritora, tradutora, intérprete de conferências e editora-chefe do blog da Shopify em português do Brasil.
Post original em inglês: Gillian Massel
Tradução e localização: Armando Silveiro
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