ÍNDICE
Criar uma marca de roupa de sucesso exige mais do que apenas talento para o design. Embora dominar as cores dos padrões, a costura e o cair dos tecidos seja essencial para definir as maiores tendências da próxima estação, compreender o lado empresarial da moda requer um conjunto de habilidades diferentes.
A designer Sarah Donofrio, que lançou com sucesso a sua própria marca, sabe o que é necessário. Com mais de duas décadas na indústria da moda, aprendeu que para gerir uma empresa de vestuário próspera é fundamental equilibrar o lado criativo com a parte mais tática do negócio.
Neste guia, aprenderá a iniciar uma marca de roupa do zero — desde o design até ao fabrico e marketing — com dicas para vender roupas dadas por uma profissional experiente.
Como criar uma marca de roupa em 14 passos
- Desenvolva as suas habilidades de design de moda
- Crie um plano de negócios para a sua marca de roupa
- Acompanhe as tendências da moda
- Construa uma marca forte
- Desenhe e desenvolva a sua linha de roupas
- Encontrar ou desenhar os seus tecidos
- Estabeleça a produção e o fabrico da sua linha de roupas
- Construa estratégias de preços e de gestão de inventário para o seu negócio de roupas
- Planeie as suas coleções em torno das temporadas de moda
- Apresente a sua linha de roupas a retalhistas de moda
- Construa uma loja online de roupas
- Promova o seu negócio de roupas online
- Abra uma loja de retalho, lance uma pop-up ou venda em mercados
- Aprenda com profissionais
A experiência da Sarah vai desde o design, produção, educação ao retalho em lojas físicas. Em 2016, foi concorrente na 15.ª temporada do Project Runway.
Desde aquele momento de fama, a Sarah lançou a sua própria linha de roupas e loja de e-commerce, ganhou múltiplos prémios e apareceu em várias publicações e lojas. Aproveite os segredos partilhados nestes passos para desenvolver a sua própria marca de roupa.
1. Desenvolva as suas habilidades de design de moda
Designers autodidatas como a Vivienne Westwood e o Dapper Dan mostram que é possível prosperar na moda, independentemente do seu passado. Na era da internet, os fundamentos da alfaiataria podem ser aprendidos num vídeo do YouTube.
Embora seja possível saltar a parte da educação formal e começar logo a lançar a sua própria linha de roupas, a formação, seja ela em sala de aula ou online, tem os seus méritos. É lá que aprende os últimos padrões da indústria, acede a recursos e equipamentos, faz contactos e recebe feedback de profissionais.
A Sarah aprendeu habilidades básicas em sala de aula, mas descobriu que grande parte da sua educação na moda foi adquirida em contexto de trabalho, nas vendas em contexto empresarial.
“Queria trabalhar por conta própria, mas sentia que tinha de ganhar experiência.”
Demorei muito tempo a ganhar confiança suficiente para encher uma loja com as minhas roupas.
Sarah Donofrio, designer de moda e empreendedora.
A Sarah é uma apologista de que devemos passar alguns anos a aprender com outras marcas e designers.
“Demorei muito tempo a ganhar confiança suficiente para encher uma loja com as minhas roupas,” diz. “Acho que precisava desse tempo para crescer, receber conselhos e ganhar experiência.”.
Muitas instituições oferecem programas de design de moda e pequenos negócios, em diversos formatos.
Escolas como a Parsons em Nova Iorque e Central Saint Martins em Londres são mundialmente conhecidas pelos seus programas de moda.
Há também um número crescente de cursos online para aspirantes que querem entrar na indústria da moda. Verifique as universidades do seu país para saber se há formatos virtuais ou de meio período, ou considere sites como a MasterClass e a Maker’s Row Academy.
2. Crie um plano de negócios para a sua marca de roupa
Criar uma linha de roupas requer muitas das considerações que fazemos para iniciar qualquer outro tipo de negócio. Quanto terá de gastar no início? Quando deve procurar capital para a sua startup? Que ajuda externa precisará para navegar pelos aspetos legais, financeiros, de produção e distribuição do negócio? Onde e como irá produzir os seus produtos?
Vamos aprofundar.
Modelos de negócios de marcas de moda
Para quem está a desenhar uma linha de roupas do zero, este é o ponto onde decidirá que tipo de negócio deseja gerir. Ter um estratégia de negócios clara ajudará a determinar quanto tempo, esforço e financiamento serão necessários numa fase inicial.
Alguns modelos de negócios a considerar são:
- Produção manual
Faça e venda os seus designs diretamente aos clientes através do seu próprio site ou em mercados e pop-ups.
- Parceiro de fabrico
Crie coleções e produza peças de roupa através de um fabricante, depois venda a sua linha de roupas por atacado a outros retalhistas.
- Impressão mediante pedido
Desenhe padrões ou gráficos para imprimir em t-shirts e outros itens de vestuário utilizando um serviço de impressão mediante pedido, e venda online através da sua própria loja.
Escolher o tipo e estrutura de negócio
O seu plano de negócios é também onde determinará a estrutura oficial do seu negócio. Pode optar por trabalhar como um empresário em nome individual, uma sociedade anónima, ou ainda algo intermédio.
Se decidir focar-se em práticas empresariais sustentáveis e produzir roupas de forma ética, poderá também considerar tornar-se uma B Corp. Esta designação significa, para os consumidores conscientes, que o seu negócio de roupas está comprometido com a sustentabilidade.
Quanto custa criar uma linha de roupas?
Depois de definir a sua ideia de pequeno negócio para a sua linha de roupas, talvez consiga autofinanciar-se à medida que o seu negócio vai crescendo.
Desenhar e costurar roupas por encomenda e por conta própria significa que não precisa de ter um grande stock. No entanto, precisará de investir inicialmente em equipamentos e grandes quantidades de tecido para conseguir obter lucro. Outros custos importantes incluem taxas de envio e um orçamento de marketing.
Se planeia entrar de cabeça e trabalhar com fabricantes, terá custos iniciais elevados para cumprir os mínimos. Um plano de negócios sólido e um exercício de custos ajudarão a determinar qual o valor de financiamento de que precisa.
“Na moda, não está só a calcular o valor dos tecidos, botões e mão de obra,” diz Sarah. “Está a calcular o envio, está a calcular o valor do aquecimento e a renda.”
Para conseguir capital inicial, tente fazer um empréstimo ou financiar os produtos através de Crowdfunding. Se procura um negócio de roupas online que não exija investimento, talvez o dropshipping de roupas ou gerir uma loja de consignação sejam boas opções.
Crie um plano financeiro
Quando os investidores ou bancos analisam o seu modelo de negócios, é certo que querem ver um plano financeiro bem elaborado. Esta parte do seu plano de negócios, de uma linha de roupas, deve detalhar como irá definir um orçamento, gerir os valores faturados e acompanhar as despesas. Deve também demonstrar um caminho claro para a rentabilidade do seu negócio.
Ao escrever um plano para o seu próprio negócio de roupas, tente usar um modelo de plano de negócios para que este sirva de guia nas principais secções.
3. Acompanhe as tendências da moda
Depois de anos a desenvolver a sua marca, Sarah, aprendeu que, embora observar tendências seja extremamente importante, é igualmente imperativo concentrar-se, aprimorar pontos fortes e ser fiel às suas próprias sensibilidades de design.
“O truque é saber qual é o seu ponto forte e trabalhar a partir daí,” afirma.
Sempre tive uma boa intuição para as tendências. Mas tudo se resume à tradução.
Sarah Donofrio
A linha de produtos de Sarah é consistente ano após ano; as escolhas de design nas suas peças são inconfundíveis. Todavia, está sempre atenta às tendências. Diz que a chave é adaptar essas tendências à sua marca, personalizá-las e fazê-las funcionar para o seu cliente.
“Sempre tive uma boa intuição para as tendências,” diz Sarah. “Mas tudo se resume à tradução.” Sarah trabalhou em coleções de tamanhos grandes durante o seu tempo no mundo empresarial e disse que traduzir tendências também significava considerar as necessidades do cliente plus size.
Embora se mantenha fiel à sua intuição, a Sarah, avalia o que está a acontecer na moda — e no mundo à sua volta — no seu desenvolvimento. “Agarre no athleisure,” diz. “Não faço leggings, não faço sutiãs desportivos, mas este crop trançado ficaria incrível com leggings, então é assim que eu incorporaria a tendência.”.
Para obter inspiração e ter as suas próprias ideias, veja publicações de moda, siga influencers e inscreva-se em newsletters e podcasts de moda, perceba as tendências antes de estas se afirmarem perante todas as pessoas.
O mundo da moda é um frenesim, será útil encontrar nichos ou satisfazer a procura no mercado, tal como estes fundadores fizeram:
- Leanne Mai-ly Hilgart lançou a marca de casacos vegan Vaute Couture após encontrar uma dececionante falta de opções livres de crueldade no mercado. (Atualização: Embora a Vaute tenha fechado, a nova aposta de Leanne, Humans We Love, segue os mesmos princípios.)
- Camille Newman entrou no segmento da moda plus size com Body by Love (anteriormente Pop Up Plus).
- Mel Wells lançou uma linha de roupas de banho inspirada no estilo vintage de género neutro.
- Taryn Rodighiero também entrou no mercado das roupas de banho, mas focou-se nas saias personalizadas, feitas mediante pedido para as medidas exatas de cada cliente.
História de Sucesso: Como uma artesã dinamizou o seu negócio de óculos de sol
Kerin Rose Gold começou a desenhar os seus próprios óculos de sol antes da sua marca ser descoberta por celebridades internacionais. Agora, emprega outros artistas ao mesmo tempo que expande a sua marca, A-Morir.
4. Construa uma marca forte
A sua marca é bem mais do que um nome ou logótipo. Criar uma marca de moda forte é um exercício onde junta os seus valores, a sua missão, o que defende e a sua história.
Criar diretrizes de marca ajudará a informar todas as suas decisões empresariais e a ditar a direção visual, design do site e campanhas de marketing. A sua marca ditará até mesmo o que procura num parceiro retalhista ou numa nova contratação.
Use as redes sociais para construir um estilo de vida em torno da sua marca: partilhe a sua inspiração e processo, insira a sua própria personalidade, conte a sua história e faça publicações com um propósito em mente.
“A chave para as redes sociais é a consistência,” diz Sarah. “Acho que deve postar todos os dias, mas também tem de ser interessante.”. A Sarah mistura o seu conteúdo com viagens, fontes de inspiração, pequenas “espreitadelas” de trabalhos em progresso e até algumas estatísticas interessantes do seu painel de análises.
5. Desenhe e desenvolva a sua linha de roupas
A Sarah é uma defensora do caderno de esboços como uma das ferramentas mais importantes para um designer. “Levo o meu caderno de esboços comigo para todo o lado,” afirma. “Enquanto esboço, de vez em quando penso: ‘Oh, este pequeno desenho seria perfeito para um padrão.’”
Como concorrente no Project Runway, não lhe era permitido ter o seu caderno de esboços consigo, devido às regras da competição. “Isto realmente foi destabilizador para mim,” conta.
Ao construir a sua própria linha de roupas, Sarah, desenvolveu um estilo ilustrativo distinto que ressoa com o seu mercado-alvo. | Sarah DonofrioDicas da Sarah para desenhar uma linha de roupas:
- Esteja sempre a rabiscar. Um rabisco é o primeiro passo em direção a um design refinado. Para a Sarah, cada ideia começa no papel antes de ser traduzida para o Illustrator ou outra ferramenta de software. “Uso sempre uma mistura de nova tecnologia e cadernos cheios de rabiscos,”.
- Faça as suas próprias amostras de roupas à mão. Desta forma, pode compreender melhor todo o processo de fabrico da sua peça e isto beneficiará a sua relação com o fabricante. Além disso, saberá negociar os custos com uma visão mais ampla do processo.
- Concentre-se na criatividade. Se a produção ou outras tarefas empresariais começarem a interferir no desenvolvimento, é hora de atribuir tarefas a outras pessoas.
6. Encontrar ou desenhar os seus tecidos
A Sarah afirma que encontrar tecidos tem muito a ver com quem se conhece. Criar uma rede na indústria pode ajudar a chegar a contactos de vendedores de tecidos, grossistas e fábricas. Quando morava em Toronto, conhecia o mercado local de tecidos e conhecia um vendedor que lhe vendia tecidos japoneses.
Ainda assim, até mesmo este caminho tem armadilhas.
“No Canadá, todas as pessoas têm o mesmo vendedor,” afirma. “Todas as linhas de roupas locais estão a usar os mesmos tecidos.”
Com o surgimento do mercado online tornou-se mais fácil ter acesso a tecidos de todos os cantos do mundo. E isto fez com que a Sarah achasse mais difícil encontrar estampas e materiais únicos, apesar dos seus contactos. Como tal, encontrou uma solução criativa: começou a desenhar os seus tecidos.
“Quando saí da escola de moda em 2005, não podia simplesmente pegar no computador e visitar fornecedores disponíveis online ao visitar o Alibaba. Agora, isto é a norma para muitas das pessoas que conheço,” diz Sarah. “Por isso, decidi dedicar-me a aprimorar as minhas habilidades de design têxtil.”.
Para quem está apenas a começar, os vendedores locais podem ser úteis, mas Sarah sugere construir redes pessoais e juntar-se a comunidades de designers. Comece a conhecer outras pessoas que trabalhem na indústria, em incubadoras locais, grupos de encontros, comunidades online e eventos de networking de moda ao vivo.
7. Estabeleça a produção e o fabrico da sua linha de roupas
Nos primeiros dias do seu negócio de moda, pode não estar a produzir volumes que justifiquem ajuda externa, mas à medida que cresce, um parceiro de fabrico, dar-lhe-á tempo para se poder dedicar a outras tarefas mais importantes.
A menos que esteja a produzir itens únicos feitos à mão, o fabrico dos seus designs pode ser realizado de várias maneiras:
- Feito por funcionários contratados ou costureiros freelancers, ou ainda numa propriedade interna (pequeno estúdio)
- Fazendo a costura nas suas próprias instalações de produção comercial (propriedade, partilhada ou arrendada)
- Subcontratando uma fábrica local onde ainda tem alguma supervisão
- Pode contratar uma fábrica no exterior (sem qualquer supervisão)
Produção interna
Adrienne Butikofer da OKAYOK manteve a sua produção interna ao contratar funcionários à medida que crescia. No entanto, externalizou o tingir dos tecidos, para tal contratou uma fábrica. No Michigan, a Detroit Denim produz roupas nas suas próprias instalações, assim os fundadores conseguem controlar o processo à medida que este é dinamizado.
Se está a fazer tudo a partir de casa, certifique-se de que o seu estúdio está configurado para acomodar o fluxo de uma máquina para a outra, tem zonas de armazenamento amplas, está pensado para as necessidades ergonómicas e que tem ao seu dispor um espaço inspirador onde a motivação assume um papel de destaque. Se precisar de mais espaço, procure espaços de co-working, incubadoras e estúdios partilhados.
Trabalhar com fabricantes de roupas
No início, era a Sarah quem costurava as roupas, mas começou a externalizar alguns elementos a terceiros da sua zona à medida que crescia. Agora, trabalha com fábricas e ganha tempo para se concentrar na construção da marca, desenvolver coleções novas e expandir formas de vender a retalho.
Obviamente, que fabricar nos EUA é mais caro, mas para mim vale a pena.
Sarah Donofrio
A Sarah sente que os clientes se preocupam com a produção local e ética — e isto justifica pagar mais pelo produto.
“Obviamente, que fabricar nos EUA é mais caro, mas para mim vale a pena,” afirma. “Acho que a transparência é um grande benefício.”.
A experiência de Sarah, de quando trabalhou no mundo empresarial, ensinou-a a não colocar todos os ovos na mesma cesta, quando se trata de trabalhar com fabricantes. Posto isto, faz uma avaliação dos pontos fortes e fracos de cada fábrica e reúne as suas descobertas no seu próprio banco de dados.
“As grandes empresas servem-se de fábricas diferentes para coisas diferentes,” diz. “Talvez haja uma fábrica que se destaca nas malhas e outra que domine a arte de fabricar calças.”.
Em suma, tudo se resume a como escolher abordar a produção e à sua escolha de parceiro de fabrico, eis as perguntas que deve colocar:
- Qual a dimensão da sua produção?
- É importante para que seja “feito na sua zona”?
- O que é mais importante, um fabrico ético ou o custo?
- Qual o nível de envolvimento que pretende ter?
- Planeia crescer no futuro?
Controlo de qualidade
Para a Sarah, monitorizar de perto o processo de produção é fundamental. Avaliar as fábricas locais, de perto, para ter uma noção das suas práticas é crucial. Inicialmente, pede amostras às fábricas para ver a qualidade.
À medida que trabalha com uma fábrica, verifique o trabalho e examine cuidadosamente as peças quando estas chegarem e antes de as enviar, assim irá reduzir devoluções e manter a sua reputação de qualidade intacta.
8. Construa estratégias de preços e de gestão de inventário para o seu negócio de roupas
Vejamos agora o lado menos criativo de gerir um negócio de roupas, precisa de estabelecer algumas estratégias para manter o seu escritório em ordem. Para tal, terá de definir estratégias de preços e práticas de gestão de inventário.
Definir os preços da sua linha de roupas
Definir os preços segue a mesma estratégia que é aplicada a qualquer artigo que se queira vender. Tem de analisar os custos (fixos e variáveis) para produzir, comercializar e enviar o produto, bem como quaisquer despesas gerais para gerir o negócio. Veja também o mercado para ver o que os consumidores estão dispostos a pagar por uma marca como a sua. Realizar uma pesquisa competitiva ajudará a estabelecer uma estratégia de preços que esteja alinhada com o mercado.
Inventário para negócios de roupas
Gerir o inventário é um processo delicado para qualquer negócio. As roupas não se estragam como acontece com produtos perecíveis, mas as tendências mudam a um ritmo alucinante. Olhe para os dados do negócio e perceba o que está a vender e o que não está. Ajuste os seus ciclos de produção e design de acordo com as conclusões que tirar dos seus dados. Desta forma, evita ficar com inventário que não consegue vender.
Se enviar os seus próprios pedidos, estabeleça um sistema de inventário que mantenha as roupas protegidas da luz solar e da humidade, e organizadas para que seja mais fácil encontrar e enviar as mesmas para quem compra.
9. Planeie as suas coleções em torno das temporadas de moda
Na indústria da moda há num ciclo sazonal (outono/inverno e primavera/verão), e trabalhar no sentido inverso a cada estação significa que o desenvolvimento de uma coleção pode começar um ano ou mais antes.
“No mundo empresarial, tínhamos o desenvolvimento preparado com 2 anos de antecedência,” diz Sarah. “Grandes empresas tendem a desenhar mais rapidamente, como tal fazem muitas pesquisas de tendências.”.
No entanto, designers independentes, como a Sarah, não têm uma equipa gigante à sua disposição e trabalham com maior proximidade às datas de entrega.
O seu período de design e desenvolvimento e as datas de entrega dependem do seu cliente e da sua estratégia de lançamento, diz Sarah. Ela sugere que tenha a sua coleção pronta para a próxima estação com pelo menos seis a oito meses de antecedência. Se está a vender a grosso, os compradores precisam de ver a sua coleção um mês antes da Semana da Moda.
Use a sua data de entrega para estabelecer os seus cronogramas de design e produção, ou seja, começa a contar para trás a partir desta data. Adicione datas de acontecimentos importantes no mundo da moda, como a semana da moda de Nova Iorque, ao seu calendário para definir metas.
Coleções de moda permanentes
A sazonalidade não precisa ditar todas as suas coleções, no entanto, “É sempre uma pena quando desenho um padrão bonito e penso: ‘Só tenho isto durante uma estação. Tenho apenas uma janela de seis meses,’” diz Sarah.
Como tal, trabalha em padrões que funcionem independentemente da estação.
Embora o desenvolvimento de produtos seja uma preocupação constante para marcas de moda, peças centrais ou bestsellers podem permanecer na sua coleção durante anos. Isto acontece com marcas básicas que se concentram, digamos, na “t-shirt de algodão perfeita,” um clássico que ocasionalmente recebe uma atualização de cor.
A marca KOTN é construída em torno de básicos bem feitos e sustentáveis, com as t-shirts assumir um papel central, estas são vendidas ao mesmo tempo, dos outros artigos sazonais.
10. Apresente a sua linha de roupas a retalhistas de moda
A venda a retalho teve um papel central no crescimento da marca da Sarah no início. Após navegar por outros canais de vendas, como a sua própria loja de retalho, voltou a adotar uma estratégia de venda a retalho
Na moda, existem duas grandes formas de vender a sua linha de roupas através de outros retalhistas:
À consignação
Esta é uma estratégia vencedora para todos, pois dá à sua linha uma oportunidade de obter exposição em loja, e sem riscos para o retalhista. O lado negativo é que só recebe quando um item é vendido.
A retalho
Este modelo de negócio é para retalhistas que compram um número definido de peças antecipadamente a um preço por grosso (inferior ao seu preço de retalho). Esta opção é mais arriscada para o retalhista, posto isto, poderá ter de provar de antemão que é uma boa escolha, por exemplo, através de um teste onde vende à consignação.
“É muito mais fácil para as lojas aceitarem toda a sua coleção em consignação, em vez de apenas uma ou duas peças,” diz Sarah, “porque assim não têm nada a perder.”
Abordar compradores é uma experiência assustadora, e a Sarah trabalhou de ambos os lados da transação. A sua experiência permitiu que estivesse no lugar do comprador e ajudou-a a destacar-se quando fez apresentação da sua própria linha.
A preparação é fundamental, alerta Sarah. “A primeira vez que apresentei a minha linha, perguntei a mim mesma: ‘O que é que me vão perguntar?’” diz. “Não basta ter roupas bonitas. Precisa de conhecer todos os detalhes.”.
Andar pelas ruas foi uma estratégia que funcionou para a Sarah quando estava a começar. Embora defenda o contacto pessoal, a Sarah não recomenda uma abordagem tipo “emboscada”. Comece devagar. Apresente-se com um cartão ou um catálogo e tente agendar uma reunião.
11. Crie uma loja online de roupas
Uma loja online profissional serve 2 principais propósitos:
- É uma forma de vender diretamente aos seus potenciais clientes.
- É um lookbook vivo e respirável para partilhar com compradores e media.
Configurar a sua loja online
Uma plataforma de e-commerce como a Shopify é simples de utilizar, mesmo que não tenha habilidades de design gráfico ou perceba de coding. Primeiro, escolha um tema da Shopify que se adeque à sua marca e priorize as imagens. Em seguida, personalize o tema ao adicionar o seu logótipo, cores e quaisquer outros elementos de design.
Experimente temas feitos para marcas de moda: Colorblock, Broadcast, ou Pipeline.
Para proporcionar uma melhor experiência de compra, as suas páginas de produtos têm de captar detalhes como o ajuste, sensação e cair do tecido. Adicione os elementos certos ao utilizar as aplicações para lojas de roupa da Shopify App Store, desenhadas especificamente para ajudar marcas de moda.
Experimente estas aplicações populares para lojas de moda:
Será útil tornar a sua loja acessível noutros canais de vendas online, como no Instagram e Facebook. Integrar a sua loja com marketplaces como o Etsy é outra forma válida de alcançar mais clientes.
Páginas fundamentais para a sua loja online de roupas
Cada site precisa de algumas páginas padrão que os clientes esperam encontrar. Estas incluem uma página sobre, página de contacto, páginas de coleção, páginas de produtos e uma página de perguntas frequentes. Como a marca é tão importante para um negócio de roupas, concentre-se nas páginas que ajudam os visitantes a compreender o que a sua marca representa.
A estética e os valores da sua marca de roupas devem ser claros desde o início, começando pela sua página inicial. A sua página sobre deve ajudar os potenciais clientes a criar uma ligação consigo e à sua marca.
Fotografia para marcas de roupas
O tema certo ajuda a destacar as fotografias, invista em sessões fotográficas profissionais. Caso tenha um orçamento reduzido, basta um kit de iluminação, uma câmara decente (os smartphones mais recentes têm ótimos resultados) e algumas dicas para produzir fotos de aparência profissional. Capture os detalhes: textura do tecido, acabamentos e fechos.
Uma sessão onde tira fotos do produto em contexto também servirá de conteúdo para outras páginas do seu site, bem como para campanhas de marketing, um kit de imprenssa e lookbook. Mostre a roupa num modelo para mostrar o cair do tecido e dicas para ajudar a combinar a peça.
12. Promova o seu negócio de roupas online
O marketing e as vendas continuam a ser o desafio mais importante para as marcas online, independentemente da indústria. Como a moda é um mercado saturado, desenvolver uma marca sólida com uma proposta de valor única ajuda a direcionar as suas atenções para o cliente ideal, em vez de desperdiçar dinheiro.
No início, o seu orçamento será pequeno, mas ainda há maneiras de chamar a atenção com ideias criativas e orgânicas:
- Invista em marketing de conteúdo. Faça vídeos ou escreva artigos otimizados para blogues fazendo uso de estratégias de SEO para direcionar tráfego para o seu site.
- Construa uma lista de e-mails mesmo antes de se lançar. Dê a conhecer a sua próxima coleção de roupas nas redes sociais e incentive inscrições através de ofertas exclusivas.
- Empreste a sua roupa a outros negócios para sessões fotográficas (exemplo: marcas de beleza) para obter menções e exposição.
- Experimente o marketing de influencers encontre estrelas emergentes no Instagram ou TikTok para promover a sua marca.
- Estabeleça um programa de fidelidade ou benefícios de referência para incluir os seus clientes leais na divulgação.
- Encontre colaborações. Pode colaborar com marcas complementares para lançar uma coleção, pop-up ou copromoção.
- Aprenda otimização para motores de busca (SEO). Aprimorar as suas habilidades de SEO pode ajudar a direcionar tráfego para a sua loja online de roupas sempre que alguém use as suas palavras-chave.
- Experimente fazer publicidade em redes sociais. Isto pode incluir anúncios pagos, posts promovidos com criadores e até mesmo conteúdo orgânico com potencial para se tornar viral.
13. Abra uma loja, lance uma pop-up ou venda em mercados
A Sarah demorou 11 anos até estar numa posição em que pudesse considerar seriamente abrir a sua própria loja. Durante o seu percurso de dinamização da marca, serviu-se de mercados locais para conhecer melhor os clientes, testar o merchandising, obter exposição e construir relações na indústria.
Depois de se mudar para Portland, no Oregon, levou a sua experiência no retalho para o próximo nível com uma pop-up store de três meses antes de abrir uma loja permanente.
“Sempre tive medo de abrir a minha própria loja por causa das despesas gerais, especialmente em Toronto”, diz Sarah. “Era simplesmente impossível.”.
Durante o processo, aprendeu que podia beneficiar de alguma ajuda. Contratou uma estudante de design de moda para ajudar na loja.
“Quando se tem uma loja e uma marca de roupa, como muitos empreendedores têm, é preciso aprender a gerir as coisas”, afirma. “Demorei muito tempo a aprender isto, mas o que lhe pago para trabalhar na loja compensa, porque o meu tempo vale muito mais.”.
Espaço comercial temporário para o seu negócio de roupa
Abrir uma loja física não significa assinar um contrato de arrendamento de 10 anos. Pode experimentar a venda presencial de formas mais acessíveis e sem compromissos, por exemplo:
- Subarrendar um espaço comercial para acolher uma pop-up store temporária
- Uma mini-experiência numa prateleira ou numa secção no espaço de um retalhista
- Candidatar-se a um espaço de exposição em feiras de artesanato ou mercados de moda
- Espaços de exposição de venda em eventos como festivais de música
A Sarah já fechou a sua loja. “Não gostava de a gerir”.
A loja afastava-a do aspeto do negócio que mais adora: o design. Continua a vender diretamente aos clientes através do website, mas mudou grande parte do foco da marca para a venda a retalho.
14. Aprenda com profissionais
A experiência de Sarah como concorrente no Project Runway ensinou-lhe muitas lições importantes sobre si própria e sobre a sua indústria.
Embora compreenda que ser reativa na moda é uma mais-valia, a Sarah sabe que prospera quando tem mais espaço de manobra. Devido à sua experiência em desenvolvimento, ficou espantada com o trabalho que os seus concorrentes conseguiam fazer num curto espaço de tempo.
“Para mim, não era de todo um ritmo realista”, disse. “É uma pena que o meu melhor trabalho não tenha passado na televisão nacional.”.
Também enfrentou uma das coisas mais assustadoras que qualquer artista tem de enfrentar: os críticos.
Foi eliminada no quarto episódio, quando os seus fatos de banho não convenceram os jurados.
A lição: o seu público-alvo não é toda a gente. Mas também ficou surpreendida ao ver tantas mensagens de apoio de novos fãs que conquistou durante a exibição do programa.
“O programa ensinou-me que tudo se resume ao gosto”, disse. “Há sempre alguém que vai gostar das nossas coisas.”.
Crie a sua própria linha de roupa
Ao lançar a sua própria marca de moda e entrar nesta indústria competitiva, concentre-se naquilo que torna as suas ideias únicas, bem como no que os seus clientes-alvo desejam. O sucesso de uma marca de moda depende de um modelo de negócios sólido, de uma perspetiva de design e de um faro apurado para as tendências de consumo e de mercado.
O negócio da Sarah prospera, pois esta seguiu o seu sonho e deixou que cada passo em falso a guiasse. Por vezes, estas mudanças representavam riscos, mas também foram o seu caminho para o crescimento.
Perguntas frequentes sobre como lançar uma marca de roupa
O que preciso de fazer primeiro para lançar a minha própria linha de roupa?
O início de qualquer negócio de sucesso passa por ter uma ótima ideia. Ao embarcar na sua jornada para lançar a sua própria linha de roupa, concentre-se na sua ideia de nicho e no seu público e dedique tempo à fase de construção da marca. Estes exercícios ajudam a que avance para as próximas etapas do processo de criação da sua marca de roupa.
Quais os requisitos legais para lançar uma marca de roupa?
Poderá precisar de cumprir alguns requisitos legais para vender a sua linha de roupa. Estes variam consoante a sua localização, mas por norma, precisa de fazer a abertura de uma atividade nas finanças, cobrar impostos e registar a sua marca.
Também pode considerar registar-se como uma sociedade unipessoal, fazer um seguro empresarial e obter quaisquer licenças para estabelecimentos físicos que sejam necessárias, isto, se planear vender a sua linha de roupa presencialmente.
Quanto custa lançar um pequeno negócio de roupa a partir de casa?
Lançar uma marca de moda pode exigir algum investimento inicial, dependendo do tipo de negócio de roupa que pretende lançar. Os custos específicos variam, mas as despesas para lançar uma linha de roupa incluem tecidos e outros materiais, mão de obra, custos de envio, aquecimento, renda, equipamentos e muitos outros custos de produção.
Também precisa de ter em conta os custos contínuos com aspetos como o processamento de pagamentos, a sua loja online, o marketing e a publicidade online. Conte com um gasto inicial avultado se estiver a criar uma linha de roupa do zero e a fabricar ou produzir os seus próprios modelos de roupa.
No entanto, uma marca de roupa com impressão mediante pedido terá custos iniciais muito mais baixos.
Os negócios de roupa costumam ser rentáveis?
Os negócios de roupa podem ser rentáveis, mas o sucesso depende de fatores como o posicionamento no mercado, a eficiência operacional e a força da marca. Muitos debatem-se com a forte concorrência, a mudança das preferências dos consumidores e os desafios de gestão de inventário.
Contudo, os negócios de roupa bem geridos, com uma identidade de marca forte e um marketing eficaz, podem alcançar a rentabilidade, especialmente em nichos de mercado ou mercados de luxo.
Como escolho um nome para a minha marca de roupa?
Criar um nome de marca para a sua linha de roupa pode ser um desafio, mas há algumas coisas a ter em consideração. Tente escolher um nome que represente a identidade da sua marca e que seja apelativo para o seu mercado-alvo.
A Sarah Donofrio usou o seu próprio nome quando lançou a sua marca de roupa. Se a história da sua marca for semelhante à sua história pessoal, esta pode ser uma boa opção para nomear a sua linha de roupa.
Posso colocar a minha própria etiqueta em roupa por grosso?
Pode colocar a sua própria etiqueta em roupa por reltaoh desde que isso não entre em conflito com as políticas do grossista. Esta prática chama-se white labeling. Neste modelo, primeiro, compra roupa por retalho a um fornecedor, depois, adiciona as suas etiquetas de marca e por fim revende-a diretamente aos seus clientes, através da loja online do seu negócio de roupa e com o seu próprio nome de marca.