O empreendedorismo e o início de um negócio estão em alta entre todas as demografias, com 53% dos proprietários de lojas Shopify se identificando como mulheres.
Apesar disso, mulheres em todo o mundo continuam enfrentando uma série de desafios ao tentar expandir seus pequenos negócios independentes. Um deles é o viés de financiamento: homens têm duas vezes mais chances de receber crédito de bancos do que mulheres. Outro desafio, menos evidente, é sistêmico. Por exemplo, as responsabilidades familiares costumam recair mais sobre as mulheres do que sobre os homens.
Contudo, apesar das estatísticas desanimadoras, muitas mulheres empresárias têm prosperado e continuam a prosperar. 💪
No artigo, você irá conhecer algumas mulheres empreendedoras no e-commerce que inspiram com sua resiliência, tenacidade e impacto. De nomes conhecidos como Phenomenal Woman a uma verdadeira nonna italiana que dá aulas de culinária virtuais — estas são as faces do empreendedorismo em sua melhor forma.
1. Girls Chronically Rock
Há doze anos, Keisha Greaves recebeu um diagnóstico que mudou radicalmente o curso de sua vida. Após sofrer um colapso repentino no supermercado, uma visita ao neurologista revelou que ela tinha distrofia muscular do tipo cintura, algo que ameaçava seus sonhos de seguir uma carreira na moda.
"Não há tratamento, não há cura”, diz Keisha. “E, claro, eu comecei a me fechar. Nunca disse que tinha distrofia muscular, porque parecia que dizer isso em voz alta tornava tudo real." Mas, com o incentivo da comunidade de pessoas com deficiência, ela decidiu seguir o caminho do empreendedorismo na moda.
Keisha começou um blog e, eventualmente, abriu uma loja online vendendo camisetas gráficas de alta qualidade com mensagens inspiradoras para a comunidade negra com deficiência. Quando seu novo negócio cresceu, ela migrou sua loja para a Shopify para acomodar o aumento dos pedidos.
"À medida que começou a crescer, pensei: ‘É hora de ter um site profissional e com marca. É hora de colocar meus sonhos em prática.’”
Agora, além de ser designer de roupas, ela se tornou uma palestrante motivacional para a comunidade negra com deficiência, compartilhando sua história em escolas e painéis da indústria.
“Falo com crianças jovens regularmente,” diz ela. “Digo a elas: ‘Você pode realizar e fazer qualquer coisa que desejar.’"
2. Royal Soaps
Katie Carson não pretendia se tornar uma estrela do YouTube. Ela apenas amava fazer sabonetes artesanais na casa de seus pais no Texas. Após fazer um curso de fabricação de sabonetes aos 16 anos, ela se tornou obcecada. Seus dias passaram a ser preenchidos com a produção de sabonetes artesanais coloridos e perfumados com nomes divertidos como frappuccino de unicórnio e flamingo de abacaxi.
“Eu realmente amava isso,” diz ela. “Conversei com meus pais e disse: ‘Ei, acho que isso é algo que realmente quero seguir.’”
Ela lançou sua loja online, Royalty Soaps, primeiro no Etsy e depois na Shopify quando o negócio cresceu demais, e logo se tornou uma influenciadora de sabonetes no YouTube. Após viralizar com seus vídeos de fabricação de sabonetes inúmeras vezes, agora ela acumula quase 900 mil inscritos na plataforma, e suas operações de fabricação de sabonetes em casa se expandiram de uma pessoa para uma equipe de 10 pessoas. Sua estratégia no YouTube continua a gerar interesse em sua marca.
“Toda vez que um vídeo é publicado, vemos um aumento nas vendas. Eu ainda fico um pouco surpresa e muito, muito grata que as pessoas se divirtam com o que produzo,” diz ela. "Acho que todos saem ganhando se você for apenas você mesmo, dentro e fora das câmeras.”
3. Nonna Live
Antes da pandemia atingir sua pequena vila nos arredores de Roma, a Nonna Nerina, de 84 anos, ministrava aulas de culinária íntimas com sua neta, Chiara. A carismática dupla adorava compartilhar as tradições de fazer macarrão de Nonna e as histórias da Itália antiga com turistas destemidos, que chegavam em vans especificamente para as aulas de Nonna.
Um desses turistas foi Brent Freeman, da Stealth Ventures, que nunca esqueceu da experiência reconfortante. Quando a pandemia atingiu a indústria do turismo local, Brent ajudou Nonna e Chiara a se adaptarem a um negócio de transmissões ao vivo. Em duas horas, ele criou o site de e-commerce deles na Shopify, Nonna Live. Agora, Nonna alcança um público global de amantes da culinária e já foi destaque no Today, Good Morning America e Eating Well (para citar alguns). Além de aulas virtuais públicas e privadas, a Nonna Live também vende seus utensílios e ingredientes de culinária preferidos.
4. Partake Foods
Após Denise Woodward descobrir as severas alergias alimentares de sua filha, ela teve dificuldades em encontrar produtos de confeitaria livres de alérgenos que tivessem um sabor parecido com os normais. Então, Denise fez o que qualquer mãe dedicada faria: experimentou incansavelmente receitas até encontrar uma que conquistasse a aprovação da filha.
E assim nasceu a Partake Foods, um pequeno negócio que vende biscoitos sem glúten, veganos e não transgênicos, livres dos principais alérgenos. Mas sua jornada foi repleta de desafios, incluindo enfrentar mais de 80 rejeições de investidores antes de conseguir um contrato de multimilionário com Jay-Z.
Quando perguntada sobre o que a mantém motivada, Denise menciona sua filha de 5 anos: “Olhar nos olhos dela e dizer que esta empresa que comecei foi porque ‘eu te amo tanto e quero algo melhor para você,’ e então desistir só porque as pessoas me rejeitaram... eu simplesmente não conseguiria fazer isso.”
5. Alivia
Jovana Mullins era uma designer de moda com uma paixão por voluntariado e trabalho social após o expediente. Através do empreendedorismo, ela descobriu uma forma de unir seus dois mundos.
Enquanto se voluntariava para ensinar arte a alunos com autismo, ela se maravilhou com a arte ousada e expressiva deles e imaginou seus trabalhos em roupas. E é exatamente isso que ela vende através do seu pequeno negócio, Alivia.
A Alivia dá voz e plataforma a pessoas com deficiência, compartilhando seus trabalhos e histórias em cada peça de roupa que a marca vende. “Há um QR code na etiqueta e também dentro da peça,” diz Jovana. “Você pode escanear para saber mais sobre os artistas e ver suas obras originais.” A Alivia paga aos artistas para licenciar seus trabalhos e 10% de cada venda é doado para a organização que os apoia.
Com as pessoas cada vez mais preferindo ficar em casa, usando calças de moletom em vez de vestidos, Jovana rapidamente se adaptou para lançar uma linha de pijamas. Jovana passou por altos e baixos nos últimos anos, mas graças à sua iniciativa social, a Alivia prosperou em 2020.
6. Pioneiras da comunidade de câncer de mama
Às vezes, é preciso ser uma sobrevivente para identificar oportunidades valiosas. Dito isso, há sobreviventes do câncer de mama que estão criando produtos para uma comunidade negligenciada e com necessidades únicas: pacientes com câncer de mama com menos de 40 anos.
Desde o design de roupas íntimas, como sutiãs para pacientes que passaram por cirurgia reconstrutiva, até a busca por alternativas para tatuagens de mamilos, essas mulheres estão trazendo um novo tipo de conscientização e apoio à sua comunidade: identidade.
“Você está acostumada a se arrumar, mas seu cabelo não está mais lá, suas pestanas não estão mais lá, suas sobrancelhas não estão mais lá, e agora você não tem seios,” diz Dana Onofree, fundadora da Anaono, que soube de seu diagnóstico um dia antes de seu 28º aniversário.
Não se trata apenas de um laço rosa — é uma conversa franca, educação e soluções reais para ajudar jovens sobreviventes a recuperar um senso de integridade após o câncer.
7. Phenomenal
Meena Harris era uma advogada corporativa de sucesso quando uma camiseta alterou o rumo da sua vida. Era 2016, o ano em que Trump assumiu o cargo, e Meena queria fazer uma declaração sobre suas colegas mulheres — apesar da retórica retrógrada da época. Inspirada por seu poema favorito de Maya Angelou, ela imprimiu camisetas simples e vibrantes que diziam "Phenomenal Woman."
O resto é história: suas camisetas viralizaram nas redes sociais, foram usadas por inúmeras celebridades e Meena pediu demissão para fundar sua empresa de impacto social, a Phenomenal. Desde então, ela lançou roupas voltadas para questões sociais — como “Phenomenally Black” e “Pro-Vaxxer” — e doou os lucros para organizações sem fins lucrativos relacionadas. Além disso, Meena vem ampliando seu alcance com sua linha de produtos, canalizando suas mensagens poderosas através de livros infantis e colaborações com a Netflix.
Por fim, Meena defende mais mudanças culturais e sistêmicas para apoiar esse grupo que segue em crescendo.
"Os melhores empreendedores são solucionadores de problemas e pessoas que conseguem falhar, aprender, iterar e inovar a partir disso. Mas não acho que permitimos que as mulheres empreendedoras cometam erros e falhem como deveríamos," diz Meena. "E quando não fazemos isso, estamos excluindo-as de oportunidades."
8. Fundadoras que lucram e fortalecem suas comunidades
Além dos produtos e serviços que vendem, fundadoras de empresas socialmente responsáveis e empreendimentos sociais criam sistemas que impactam mudanças duradouras. Elas são movidas por imperativos morais em vez de lucro puro, e mantêm suas comunidades, economias e meio ambiente em mente.
Neste contexto, vale a penar conhecer Patrice Mousseau, uma ex-jornalista e mãe solteira que criou uma empresa de cuidados com a pele natural chamada Satya. Patrice emprega mães que ficam em casa em diferentes regiões para entregar seus produtos: uma vitória para sua comunidade e sua condição financeira.
Outra inspiração é Melanie Ang, fundadora da Backcountry Wok — refeições asiáticas e veganas desidratadas embaladas com materiais 100% compostáveis e ecológicos. A estudante de biologia marinha não seguiu um manual de como operar um negócio, em vez disso, ela aproveitou sua experiência em sustentabilidade para criar a refeição perfeita para uma viagem de camping, e instintivamente adquiriu habilidades de pequenos negócios ao longo do caminho.